segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A Carteira Perdida...***


Toda vez que saiam de casa, dona Marina explicava para Glorinha que o dinheirinho que tinham estava curtinho, por isso ao chegar nas lojas e supermercados, pedia a filha que entendesse caso não fosse possível comprar os doces ou brinquedos que ela desejasse...


Glorinha olhava as vitrines e prateleiras com aquele olhar comprido, aquilo tudo era uma tortura...

Balas, chocolates, bonecas e uma infinidade de outros brinquedos... Nossa!!! Como é que fabricavam tantas coisas de um dia para o outro?


Ensaiava um discurso mas, lembrava das palavras da mamãe e logo desistia.

Virava e mexia ela falava para a mãe:

“Bem que a gente podia achar uma mala de dinheiro. Já pensou? Comprar tudinho tudinho??? Aaaaai que delicia”.


Dona Marina ria da filha e respondia:

- Glorinha, se achássemos uma mala de dinheiro é porque provavelmente alguém a perdeu, sendo assim o certo é devolver para o verdadeiro dono.

- Mas, poderia ser sem nome...

- Ai ai ai Glorinha, você tem cada idéia.

Filha, dinheiro fácil não é bom, porque assim nunca aprendemos o seu verdadeiro valor. Um dia quando você for adulta irá trabalhar e se souber poupar poderá escolher e comprar aquilo que desejar...


Alguns dias depois, no caminho para escola Glorinha encontra uma carteira... Dentro algum dinheiro.

A pequena se certificou se havia algum documento, nome...Nada!!! Exceto uma fotografia de jovem já amarelada pelo tempo.


Como Glorinha não o conhecia abriu um sorriso de satisfação, pois, se não encontrasse o dono talvez pudesse ficar com ela. Mas, caminhando um pouco mais, viu uma senhora de ar triste e preocupado, e quis saber por que ela caminhava olhando insistentemente para o chão, e se deu conta de que aquela era a dona da carteira...


Glorinha lembrou das palavras da mãe e no mesmo instante perguntou àquela senhora se a carteira lhe pertencia.

Com um sorriso aliviado ela balançou a cabeça e disse:

- Sabe, na minha carteira não há muito dinheiro, mas, há uma coisa muito preciosa, a foto do Eugenio meu irmão mais velho, essa é a única lembrança que tenho dele, e vale mais do que qualquer dinheiro no mundo.


Naquele instante Glorinha compreendeu que o dinheiro pode ser muito bom, mas há outras coisas na vida, cujo o valor é inestimável e que dinheiro nenhum é capaz de comprar.

E foi assim que ela seguiu para a escola, agora muito mais preocupada nas riquezas da alma, do que com os bens que o dinheiro pode trazer.



* As coisas e as pessoas possuem os valores que atribuímos a elas...

Quando uma criança cresce compreendendo o significado do amor, do respeito e do trabalho, certamente se torna um adulto empreendedor e reconhece no fruto de seus esforços o sabor e o valor da conquista!!!




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